quarta-feira, 31 de agosto de 2011

USO CRIATIVO DA INTERNET COMO FACILITADOR DA GESTÃO DE CONHECIMENTO

Criatividade na Internet
 Cátia Mara Kíster
         


Para Silva (2002, p.103), a internet é uma grande insurreição devido a tantos diferenciais que nos oferece. Do ponto de vista da criatividade, há alguns rompimentos de padrões, em vias de melhor aproveitamento, dado seu potencial. Quando dispúnhamos apenas da comunicação verbal, como meio de distribuição da informação, que ainda ocorre em algumas comunidades, o suporte limitador estava no “único dia da semana” de encontro das pessoas. Domingo era o dia de colocar as novidades em dia, após os encontros religiosos. Depois vieram os cartazes. Embora pequenos, davam as notícias de nascimento, morte, casamento, festas que estavam ocorrendo. Em Veneza, ainda pode-se encontrar cartazes nas esquinas com essas noticias. Elas passaram a correr mais rapidamente, em função da mudança do suporte da comunicação. Então chegaram os jornais, que nos trouxeram muito mais informações e notícias. Limitados pelo “suporte do papel”, cresceram aos limites dos domingos, cujo peso em quilos apresentava-se como o limite desse tipo de suporte para a comunicação. Vieram as rádios, que também tinham um suporte, neste caso, muito  limitado: o tempo.
       Chegamos então a fotografia e à televisão. A fotografia, adicionada aos jornais, libertou os textos, acrescentando imagens representativas. E a televisão acrescentou imagens em movimento, coloridas, internacionais, “on-line”, limitado ao suporte “dela”, isto é, à grade do tempo da programação.  Até aí os suportes dos devidos meios de comunicação eram deles. Tempo, volume de papel, dia de encontro na vila, cada um continha o seu, ao qual nos submetíamos. Com o advento da internet, a mudança chegou de maneira revolucionária. Os suportes militantes saíram das mídias e passaram para o domínio (ou seria desgoverno?) do internauta. Se antes esses suportes represavam a quantidade, tipo, forma e características pelos respectivos escritores, preferências de fotógrafos, de direcionamento de câmeras e editores, na internet todas as barragens foram rompidas e as usinas geradoras saíram da influência das centrais de edição para qualquer ponto do mundo, como,  por exemplo, nos blog’s onde todos podem ser escritores, expositores de cenas e editores sob sua perspectiva. Segundo Lévy (2001, p.70), atualmente, nós somos o suporte que reprime tecnicamente o volume de informações, notícias, pesquisas, buscas e outras ações, através do nosso limite de tempo.
          O tempo continua ocorrendo à velocidade de 24 horas por dia e nossa capacidade de ler mantém-se na mesma quantidade de linhas por hora. Alguns sites de busca expõem essa característica, perguntando ao pesquisador , “quanto tempo deseja que o sistema busque respostas?” Algumas buscas oferecem em torno de alguns milhões de respostas, frente a uma palavra. Mesmo com grandes refinações nas buscas, a quantidade oferecida é muito grande. Além do mais, muitos deles nos conduzem para aspectos que nem estávamos imaginando nas nossas considerações iniciais e que nos desperta curiosidade e desenvolve a criatividade do profissional.  Descobrimos que não vamos conseguir olhar tudo, ainda que superficialmente. Se a busca for global, várias línguas, pelo tempo máximo que os vários sistemas nos oferece, com muita rapidez. Poder-se-á encontrar maiores dificuldades. 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sala de Aula Interativa -Cátia Kìster

      A Internet, além de permitir o compartilhamento e o acesso a um universo de informações, favorece a integração de equipes para trabalho cooperativo, estejam elas em qualquer tempo ou lugar - fator que a diferencia de qualquer outra inovação tecnológica surgida nos últimos tempos e que vem alavancando a Educação a Distância. Nos últimos anos, muitas instituições, universidades e empresas iniciaram a produção de sistemas gerenciadores de cursos, chamados  LMS -  Learning Management System , para o oferecimento de cursos on-line. Esses sistemas têm evoluído muito, embora, do ponto de vista pedagógico, os cursos ministrados persistam no modelo tradicional de ensino, subutilizando a Internet. O livro "Sala de Aula Interativa", uma nova sala de aula, sendo, portanto, uma excelente referência para quem deseja trabalhar com a Educação à Distância, baseada na Web. A educação via Internet como um grande desafio para o professor acostumado ao modelo clássico de ensino da sala de aula presencial. Aponta que são dois universos distintos, no que se refere ao paradigma comunicacional dominante em cada um: enquanto a sala de aula tradicional está vinculada ao modelo unidirecional "um todo”, que separa emissão ativa e recepção passiva, a sala de aula on-line está inserida na perspectiva da interatividade entendida como colaboração "todos-todos" e como "faça você mesmo". Silva alerta para a dificuldade do professor: "Não é fácil sair de um paradigma de ensino, baseado no falar-ditar do mestre e na repetição do que foi dito por ele, para a interatividade da Internet; por isso, violenta-se a natureza da nova mídia".Desenvolver cursos baseados na Web que traduzam uma pedagogia diferenciada  requer, além das ferramentas, uma postura educacional inovadora, no sentido de permitir a participação e a cooperação dos aprendizes na construção do conhecimento. Além da possibilidade de interatividade, a Web facilita ao aluno buscar o conteúdo que mais lhe interessa, interferindo no próprio curso. Isso deixa clara a possibilidade de o aluno sair da condição de espectador (reduzido a olhar, ouvir, copiar e prestar contas) para a de sujeito participativo que cria, modifica, constrói e torna-se autor da aprendizagem. Cabe ao  professor orientá-lo na coleta das informações, visando desenvolver novas competências e habilidades. Podemos dizer que o  "apresentador que separa palco e platéia, o professor passa a arquiteto de percursos, mobilizados das inteligências múltiplas e coletivas. No ambiente on-line o professor, no lugar da memorização e da transmissão, deve propor a aprendizagem aos alunos, modelando os domínios do conhecimento como espaços abertos à navegação". O aluno aprendeu com o "controle remoto da tv, com o joystick do videogame e agora aprende como o mouse".  Esse trajeto resulta em "migração da recepção passiva para uma nova recepção que evita acompanhar argumentos lineares que não permitem interferência, agregação, modificação" Completando essas ideia recomenda-se: "para não violentar esse aluno e também a Internet, o professor precisa aprender com o webdesigner e não mais com o apresentador de tv, que é um narrador que atrai o espectador de maneira mais ou menos sedutora para sua récita, o professor-informata constrói uma teia de territórios abertos a navegações e dispostos a interferências, a manipulações, permitindo que o aluno construa seus próprios mapas e conduza suas explorações. O professor precisa perceber, enfim, que a tela da tv é para assistir e a tela do computador é para interagir".Finalmente, lhes  apresenta o "Parangolé" do Oiticica como referência para o professor aprender a promover a interatividade tanto na sala de aula on-line, como também na sala "infopobre", presencial. O Parangolé é a simbolização da participação ativa do espectador, solicitado a interagir e a completar os significados, tal como acontece na Web, quando o aluno, estimulado pelo professor, troca suas experiências com outros participantes, num processo cooperativo, de interferência e, mais que isso, de co-autoria.